Nassrin Majid, Diretora Geral da ConsumerChoice, responde às perguntas do Escolhas sobre o processo de reconhecimento das marcas por parte dos consumidores portugueses. Afirma que estes estão cada vez mais exigentes, reconhece que as marcas procuram cada vez mais a excelência e orgulha-se do papel que a Escolha do Consumidor teve nesta nova maturidade do mercado.
Desde 2012 que a ConsumerChoice atribui os prémios Escolha do Consumidor, os únicos em que os consumidores são ouvidos em todas as fases da escolha. Que balanço há a fazer destes 13 anos decorridos e do impacto que ela tem tido nas marcas?
A ConsumerChoice surgiu com a missão de dar voz ao consumidor, criando uma ponte entre estes e as marcas. Deste modo, também acompanhamos tendências e comportamentos, percebendo o que os consumidores valorizam nas várias categorias de consumo. Isto é feito através de estudos quantitativos e qualitativos exaustivos, onde as marcas possam ser avaliadas pelos seus consumidores.
Torna tudo mais transparente…
Precisamente. É, aliás, esta consistência e transparência a razão pela qual, temos um elevado grau de fidelização das marcas ao nosso sistema de avaliação. Mais do que obter o reconhecimento, que é claro, relevante e decisor da compra, é também imprescindível trabalhar outros dados que permitem às marcas oportunidades de melhoria.
E isso tem sido conseguido?
Sem dúvida. Ao longo destes anos, podemos afirmar que as marcas acompanharam a evolução do mercado, inovaram, melhoraram e, até, personalizaram os seus produtos e serviços com base na informação valiosa que os consumidores partilharam. Ao envolver diretamente os consumidores em todas as fases do processo de escolha, contribuímos para um processo de co-criação entre o consumidor e a marca, fortalecendo a sua relação.
“Somos líderes em quota de mercado e notoriedade”
Em 13 anos de trabalho, a ConsumerChoice foi conseguindo trilhar esse caminho em conjunto com as marcas e com os consumidores. Ou seja, há aqui uma partilha de interesses, uma real parceria.
Sim, é bem observado. E é por isso que somos líderes de mercado, em quota de mercado e notoriedade (98%). Atenção, não somos nós que dizemos. Claro que temos a nossa opinião sobre o nosso trabalho, mas seria sempre em causa própria. O que é importante é que a ConsumerChoice é a única entidade certificada, no sector, em gestão de qualidade ISO 9001. Primamos pela isenção e credibilidade e somos transparentes na forma como elaboramos os estudos de mercado, mas também com a responsabilidade de inovar, trazendo novas ideias e novos projetos para o mercado.
Sente que as marcas reconhecem essa mais-valia?
Sim, sem dúvida. As marcas reconhecem que ser uma Escolha do Consumidor é criar uma vantagem competitiva, é uma ferramenta diferencial de marketing, que ajuda a reforçar o posicionamento, mas também a reter e atrair novos consumidores.
Ao longo dos anos, cada vez há mais marcas a serem premiadas e a sentirem que receber estes galardões é motivador e uma prova de confiança para clientes e consumidores?
Sim, é verdade. As marcas estão cada vez mais conscientes do impacto que ser a Escolha do Consumidor acrescenta, mas também da responsabilidade de serem premiadas pelos consumidores. A Escolha do Consumidor é uma validação direta das avaliações dos consumidores e ajuda-os a fazerem compras mais informadas de produtos e serviços que foram testados pelos seus pares.
O aumento do número de marcas participantes reflete não só o sucesso e a credibilidade deste reconhecimento, mas também a sua eficácia em motivar as marcas a melhorar continuamente a qualidade dos seus produtos e serviços.
“A transparência e o rigor são fundamentais para gerar confiança”
Confiança gera confiança, é isso?
Sim, isso é fundamental. A transparência e a metodologia rigorosa que usamos garantem que o feedback dos consumidores é genuíno e representativo, aumentando a sua relevância e influência nas estratégias das marcas. Para se diferenciarem e conquistarem a confiança dos consumidores, as marcas devem investir em escuta ativa, personalização, diferenciação e um serviço de excelência. Uma das grandes vantagens de as marcas se sujeitarem ao escrutínio dos consumidores é a oportunidade de estarem alinhados com um sistema de avaliação que não só agrega valor, mas que também é uma ferramenta essencial para se posicionarem no mercado, através de uma análise comparativa entre marcas.
Em 2025, voltámos a registar um aumento de marcas e um novo conjunto de marcas que nunca tinham estado neste concurso e que passaram também a ser premiadas pelos consumidores. Isto é a prova que na economia portuguesa e nos serviços, há uma cada vez maior preocupação com o cliente, com a transparência e com a qualidade?
Sim, acreditamos mesmo que sim e a Escolha do Consumidor orgulha-se de ter ajudado a contribuir para isso. Atualmente, as marcas reconhecem de forma evidente o valor de colocar o consumidor no centro das suas decisões. Se no passado havia a necessidade de explicarmos às marcas o valor que estes reconhecimentos acrescentam, hoje, é bastante evidente e claro a necessidade das marcas se posicionarem através da Escolha do Consumidor e até mesmo de outros projetos existentes no nosso portefólio, como é o caso da Escolha Sustentável ou o Quality Award, ambos projetos de reconhecimento.
Este crescimento de dois dígitos é um indicativo claro de uma tendência crescente na economia portuguesa, particularmente no setor de serviços, de valorização da qualidade, transparência e satisfação do cliente.
“Os clientes estão mais exigentes e as marcas apostadas na qualidade”
Um cliente que está também cada vez mais exigente…
Naturalmente. Este fenómeno de que lhe falava reflete um ambiente de mercado em que as empresas estão cada vez mais cientes de que a excelência no serviço e a clareza na comunicação são cruciais para a conquista e retenção de clientes. O mercado é dinâmico e é um sinal positivo para os consumidores portugueses, que se beneficiam de uma maior variedade de escolhas e de padrões de qualidade cada vez mais elevados.
Nos últimos anos, a ConsumerChoice não se limitou ao prémio Escolhas do Consumidor, mas foi criando outras marcas, que tem acarinhado de forma clara. A sustentabilidade é uma delas. Há cada vez mais marcas a procurarem ser amigas do ambiente, alinhados com os pressupostos da sustentabilidade?
Como lhe disse, ao longo destes 13 anos, a empesa expandiu significativamente o seu portfólio de projetos, trazendo ao mercado iniciativas que refletem as tendências e preocupações contemporâneas, como a sustentabilidade. Esta evolução demonstra uma resposta clara às mudanças nas expectativas dos consumidores e às tendências do mercado. Há, de facto, um número crescente de marcas que procuram alinhar-se com os princípios da sustentabilidade, evidenciando uma preocupação crescente com o impacto ambiental, mas também social e económico, das suas operações. Esta tendência é impulsionada não só pela responsabilidade social com as gerações vindouras, mas também para com os consumidores, que agora, exigem práticas mais sustentáveis e responsáveis. A Escolha Sustentável surge exatamente das tendências atuais de consumo responsáveis e conscientes. Isto incentiva outras marcas a seguir o mesmo caminho, criando uma dinâmica positiva no mercado onde a sustentabilidade se torna um objetivo comum e valorizado. É também uma forma de criarem um vínculo de confiança e diferenciador com os seus consumidores, com uma visão no futuro.
Carregue na galeria e veja as fotos da entrega de prémios Escolha do Consumidor 2025, que aconteceu no dia 10 de janeiro em Lisboa.