A MSC Cruzeiros é a terceira maior companhia mundial de cruzeiros e a primeira na Europa. É um verdadeiro gigante dos mares. Quantos clientes transporta por ano a companhia em todo o mundo? E em Portugal?
A MSC Cruises terminou o ano de 2023 com 4,1 milhões de passageiros transportados e em Portugal com cerca de 52 mil passageiros, o que representa, no nosso país, um aumento de 50% face a 2019, o último ano antes da pandemia da Covid-19, ano esse em que se tinha constituído também um recorde para os cruzeiros.
E quais os primeiros sinais recebidos neste primeiro trimestre do ano?
Em relação a 2024, apesar de ainda estarmos no início, estamos a ter resultados muito positivos e esperamos continuar nesta senda de crescimento e de expansão, para que tenhamos ainda mais passageiros do que em 2023 e para que consigamos proporcionar a melhor oferta possível a todas as pessoas que decidem navegar com a MSC Cruzeiros. Neste momento temos cerca de 50% das vendas para 2024 já esgotadas, o que é um valor acima da média verificada no período homólogo do ano passado.
Ao todo, a companhia emprega mais de 30 mil pessoas globalmente, o que diz bem da sua atividade. Isto representa quantas viagens por ano?
O número de itinerários depende de fatores como os mercados de origem dos passageiros, da altura do ano, o número de navios posicionados para essa região, que fatores externos existem, entre outros fatores. Mas posso dizer-lhe que no total, em 2024, temos mais de 1000 itinerários com os 22 navios a navegar. Por exemplo, só para a temporada de Inverno 2024-2025, que temos vindo a anunciar muitas novidades recentemente, teremos mais de 150 itinerários por todo o mundo, por áreas como a América do Norte e Caraíbas, Médio Oriente, Mar Mediterrâneo, Norte da Europa, Mar Vermelho e América do Sul.
Em Portugal, a MSC Cruzeiros tem vindo a crescer muito nos últimos anos, bem como o turismo de cruzeiros. Como tem sido esse crescimento do ponto de vista percentual? Fazer cruzeiros está definitivamente na moda?
Em primeiro lugar, é importante explicar que a intenção de fazer cruzeiros é maior agora do que era antes do aparecimento da Covid-19. 85% dos passageiros de cruzeiros querem regressar a bordo e cerca de dois terços dos que nunca fizeram um cruzeiro, estão abertos a essa experiência. Este contexto ajuda a explicar o crescimento do setor dos cruzeiros e do número de passageiros que decidem navegar com a MSC Cruzeiros.
Novidade 2024: os cruzeiros “vão” até casa dos portugueses
Este ano de 2024 há um maior período de partidas e chegadas de Lisboa. A expectativa de crescimento é grande?
Sim, a expetativa de crescimento é grande com 19 cruzeiros entre abril e outubro. O ano passado, os nossos 13 cruzeiros com embarque e desembarque em Lisboa foram um sucesso em termos de vendas e acreditamos que este ano essa tendência se repita. Desta forma, não só aumentámos o nosso número de partidas de Lisboa, como melhorámos a nossa oferta, tendo incluído transferes de ida e volta de várias cidades portuguesas para os 19 cruzeiros com partida e chegada a Lisboa no MSC Orchestra.
Os transferes são uma mais-valia.
Claro que sim, indiscutivelmente. Com os transferes, daremos a possibilidade aos passageiros de embarcar a partir de casa e, quando o cruzeiro terminar, levamo-lo de regresso a casa, garantindo assim mais conforto e facilidade aos nossos passageiros. Disponibilizaremos transferes de autocarro com os seguintes trajetos: Porto/Lisboa/Porto; Aveiro/Lisboa/Aveiro; Coimbra/Lisboa/Coimbra; Faro/Lisboa/Faro e Albufeira/Lisboa/Albufeira. No Norte, os transferes têm como o ponto de partida/chegada (para embarque/desembarque de passageiros) a cidade do Porto e com paragens em Aveiro e Coimbra também para embarque/desembarque de passageiros.
A sul, os transferes têm como o ponto de partida/chegada (para embarque/desembarque de passageiros) a cidade de Faro com paragem em Albufeira também para embarque/desembarque de passageiros.
Ao melhorarmos o número de partidas e ao disponibilizarmos transferes de ida e volta de várias cidades portuguesas, procuramos melhorar a experiência de cada passageiro e incentivar as pessoas que nunca fizeram um cruzeiro a realizarem um e as que já realizaram a terem vontade de repetir.
De que forma é que a indefinição geopolítica, com as duas guerras às portas da Europa estão a impactar a operação?
A segurança é uma questão fundamental para nós. Na MSC Cruzeiros estamos atentos a todos os fatores que possam ter influência nos nossos itinerários, inclusive, a situação geopolítica e o impacto que possa vir a ter na segurança dos nossos passageiros. Neste momento, não estamos a sentir impacto na nossa operação porque anteriormente tomámos medidas como alteração ou reposicionamento de itinerários, pelo que se tivermos de tomar novas decisões, assim o faremos, uma vez que, como disse, a saúde e segurança dos nossos passageiros é a nossa principal preocupação.
Grande aposta no Funchal
A MSC Cruzeiros está também a apostar fortemente na Madeira, que vai ter pela primeira vez 19 cruzeiros, um ciclo completo, com partidas e chegadas ao Funchal. Porquê esta aposta no mercado inverno 2024/2025?
Em primeiro lugar, porque a Madeira tem tido uma ascensão muito grande. No ano passado, o porto do Funchal recebeu 625 mil visitantes de cruzeiros, o que representa mais 51% do que no ano anterior, pelo que é um destino cada vez mais visitado por todos os passageiros a nível mundial. Em segundo lugar porque o Funchal, assim como Santa Cruz de Tenerife, Arrecife e Las Palmas, são destinos populares de clima quente, perfeitos para passear e apanhar sol, o que no Inverno é um critério importante para as pessoas que decidem fazer férias nesta altura do ano. Assim, além de existirem outros mercados de origem de passageiros, contamos com os habitantes da Madeira para os variadíssimos cruzeiros que temos com partida e chegada ao Funchal, uma vez que estes conferem um itinerário empolgante com tudo o que um navio de cruzeiro tem para oferecer — as melhores férias do mundo.
Quais são os best sellers em Portugal?
Os best sellers em Portugal são os nossos cruzeiros portugueses, mas correspondem a cerca de 20% do total de portugueses que faz um cruzeiro connosco todos os anos. Os cruzeiros com partida e chegada a Lisboa são 19 cruzeiros, entre abril e outubro de 2024, com partida e chegada a Lisboa a bordo do MSC Orchestra que escalarão ainda em Alicante (Espanha), Mahón (Espanha), Olbia (Itália), Génova (Itália), Marselha (França), Málaga (Espanha) e Cádiz (Espanha), em itinerários que terão a duração de 10 noites. Para além dos 19 cruzeiros, serão também realizados dois mini-cruzeiros com a duração de 5 noites. Com partida a 24 de abril, a partir de Génova, o MSC Orchestra escalará em Marselha, Málaga e Cádiz antes de desembarcar em Lisboa no dia 29 de abril. Com o embarque em Lisboa no dia 5 de novembro, o MSC Orchestra escalará em Alicante, Mahón e Olbia antes de desembarcar na cidade de Génova no dia 10 de novembro.
Opções e preços para todos os gostos
Para quem nunca fez um cruzeiro, o que é que destacaria como forma de persuasão? Há preços para todos os gostos: portanto, há ofertas competitivas para bolsos mais modestas?
Sim, é uma verdade. E acreditamos que isso se deve ao facto de os cruzeiros oferecerem opções para todos os gostos e para todas as carteiras. Existe a possibilidade de efetuar a reserva em camarote interior, em que os preços são mais baixos, ou poderá reservar uma varanda ou mesmo usufruir da experiência do MSC Yacht Club em que os preços são mais altos, no entanto terá um atendimento personalizado.
Os cruzeiros são muito diversificados, certo? Porque quem nunca fez um cruzeiro pode ter a ideia de uma certa monotonia porque tudo se passa dentro de um barco…
[sorriso] Não há qualquer monotonia. Os clientes podem escolher as atividades que mais lhe convêm em determinado momento. Os cruzeiros atualmente estão equipados com áreas específicas para todas as idades e para as pessoas que pretendem ter um estilo de vida mais calmo, mas também para aqueles que querem estar o dia todo a realizar atividades. Existem áreas dedicadas para crianças, onde poderá deixar a sua criança a brincar e esta terá um acompanhamento por parte do staff da companhia. Poderá ficar tranquilamente a ler um livro, ir ao spa e realizar uma massagem ou, para quem pretende um estilo de vida mais ativo, poderá realizar inúmeras atividades, como jogar futebol ou basquetebol no MSC Sportplex, ir ao ginásio, entre outras atividades. Por último, uma das grandes vantagens de realizar um cruzeiro tem a ver com o facto de se estar uma semana a navegar, sem desfazer a sua mala, e poder ter o poder de decidir se fica no navio ou se vai explorar a cidade e, dentro do navio, poder usufruir de inúmeras atividades que só um navio de cruzeiro pode oferecer.
A MSC Cruzeiros acaba de entrar no mercado de luxo, investindo mais de 500 milhões de euros com o navio Explora I, o primeiro de seis verdadeiros hotéis do mar. É uma aposta estratégica do grupo?
A Explora Journeys resulta de uma visão de longa data para redefinir a experiência oceânica para uma nova geração de viajantes de luxo exigentes, com base nos 300 anos de herança marítima da família Aponte. O objetivo da marca é criar um “Ocean State of Mind” único, ligando os passageiros ao mar, a si próprios e a outros que pensam da mesma forma, enquanto se realizam itinerários por portos menos viajados, para uma viagem que incentiva à descoberta em todas as suas formas.
O que é que um viajante neste segmento de luxo vai poder ter à disposição?
O Explora I oferece 461 suítes concebidas para serem autênticas ‘Home at Sea’ para os nossos passageiros, todas com vistas deslumbrantes do oceano, terraço privativo, uma escolha de onze experiências culinárias distintas em seis restaurantes vibrantes, possibilidade de refeições na suíte, doze bares e lounges (oito interiores e quatro exteriores), Chef´s Kitchen, quatro piscinas, extensos decks ao ar livre com 64 cabanas privadas, instalações de bem-estar e entretenimento refinado.
Este navio está equipado com as mais recentes e avançadas tecnologias ambientais e marítimas disponíveis, com uma arqueação bruta de 63.900 GT e introduz um amplo leque de novas experiências para os passageiros, para além de apresentar um design altamente inovador.
Sustentabilidade ambiental é prioridade
Há muito que a sustentabilidade é uma aposta da MSC Cruzeiros. De que forma é que isso se materializa na prática?
Em primeiro lugar, sempre que inauguramos um novo navio procuramos que este seja diferenciador em relação aos anteriores em vários âmbitos, entre os quais se inclui a sustentabilidade. O MSC Euribia, o nosso navio mais recente da frota da MSC Cruzeiros, caracteriza-se por ser um dos navios com maior eficiência energética do setor. O navio emitiu 19% menos de emissões de gases de efeito estufa por passageiro por dia do que os seus navios-irmãos que utilizam combustíveis marítimos convencionais e emite ainda 44% menos de emissões de gases com efeito estufa por dia do que os navios da MSC Cruzeiros construídos há apenas 10 anos.Temos procurado o desenvolvimento de soluções escaláveis que possam ser utilizadas universalmente e temos trabalhado no sentido de encontrar as tecnologias mais limpas disponíveis em escala. Atualmente, a companhia está a abraçar novas tecnologias e a mudar para combustíveis sem carbono e renováveis e a trabalhar atualmente com fornecedores de combustível e outros na implementação de combustíveis sintéticos, como biocombustíveis avançados e biogás.
É uma prioridade para vocês?
Sim, é indiscutível. Em 2023 assinámos uma Carta de Intenções com a empresa nórdica de energia Gasum, que visou garantir o acesso da MSC Cruzeiros ao gás sintético liquefeito, ou e-LNG, que é produzido utilizando hidrogénio, criado por hidrólise com energia renovável e C02 capturado. Foi através de parcerias como estas que foi possível ao MSC Euribia realizar a sua primeira viagem com zero emissões de gases com efeito estufa, beneficiando-se das reduções de emissões permitidas pelo biogás liquefeito adquirido pela Gasum. O navio navegou durante quatro dias de Saint-Nazaire, em França, para Copenhaga, na Dinamarca, e utilizou o bio-LNG através de uma abordagem de balanço de massa, o método mais eficiente do ponto de vista ambiental de fornecer os benefícios do biogás renovável. A MSC Cruzeiros comprou mais de 400 toneladas de bio-LNG da Gasum para mostrar o seu compromisso com a implementação de combustíveis renováveis e medidas de transição energética para a viagem pioneira de zero emissões de gases com efeito estufa. A companhia é a primeira operadora de cruzeiros marítimos do setor a comprar bio-LNG como fonte de combustível que provou permitir reduções significativas nas emissões do ciclo de vida.
Essa preocupação, segundo sabemos, é extensível a toda a operação da empresa, não só nos mares.
Sim, é verdade. A nossa diferenciação em relação às outras empresas está também relacionada com as nossas excursões. No início de 2020 introduzimos pela primeira vez os ‘Protectours’ que são excursões em terra que se distinguem por serem ainda mais sustentáveis. Estas estão disponíveis e têm como objetivo a minimização do impacto ambiental nas excursões terrestres e no apoio a atividades positivas para a natureza. Ao longo destes últimos anos têm sido utilizados mais autocarros elétricos e híbridos que têm sido fornecidos para os passageiros fazerem o transporte dos portos locais para os locais de interesse, com o objetivo de aumentar a utilização do transporte terrestre verde no futuro.
A MSC Cruzeiros foi eleita Escolha do Consumidor 2024
na categoria “Cruzeiros”
Para além dos autocarros elétricos e híbridos, através do ‘Protectours’ a redução do impacto ambiental tem sido possível graças ao aumento do número de caminhadas a pé, trilhos, ciclismo, canoagem e tours de caiaque em terra, com muitas excursões destinadas a contribuir diretamente para o meio ambiente, ajudando na proteção dos habitats e das espécies.
A MSC Cruzeiros está comprometida com a gestão ambiental com o objetivo a longo prazo de atingir zero emissões em 2050, sendo que tudo faremos para tentar antecipar essa meta. Penso que a preocupação de atingir zero emissões seja transversal a todo o setor do turismo, mas também a várias áreas, tendo em vista um futuro mais verde e sustentável.
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