Enquanto as famílias se divertem e aprendem mais sobre os grandiosos animais que habitaram a Terra durante milhões de anos, há dezenas de pessoas que trabalham no dia-a-dia do Dino Parque, o parque temático inaugurado em 2018 na Lourinhã.
Porque às vertentes pedagógica e de entretenimento, que têm profissionais que lhe são dedicadas, há investigadores em laboratório que trabalham na ciência da paleontologia.
Em entrevista ao Escolhas, Luís Rocha, Diretor-Geral do Dino Parque, não esconde o orgulho no parque.
Os Dinossauros fazem parte do nosso imaginário infantil desde sempre. Alimentaram sonhos e pesadelos, criaram sagas na sétima arte, originaram estudos científicos sem fim e expedições, entusiasmaram jovens estudantes para o contacto com as Ciências Naturais. O Dino Parque da Lourinhã abriu em 2018. Que balanço se podem fazer destes seis anos de atividades?
Desde a sua abertura em fevereiro de 2018, o Dino Parque tornou-se um parque de referência a nível nacional e mesmo internacional. O entusiasmo pela temática dos dinossauros atravessa gerações e nacionalidades. Para a Lourinhã, existe um passado antes do Dino Parque, e depois do Dino Parque. E, para todos os amantes desta temática e destes fantásticos animais que habitaram o nosso planeta durante tantos milhões de anos, o Dino Parque oferece a possibilidade de aprender muito sobre os mesmos, e simultaneamente, poderem desfrutar de um dia em família em plena natureza.
E o reconhecimento do público é claro.
Sim, precisamente. Ao longo destes mais de seis anos, o parque recebeu vários prémios e reconhecimentos, o que comprova a qualidade do mesmo, mas também a qualidade do atendimento e a atenção aos nossos visitantes. Por outro lado, e fruto do trabalho desenvolvido no nosso laboratório e em conjunto com entidades parceiras, foram já descobertas três novas espécies de dinossauros. Para o Dino Parque, a componente científica é muito importante e consequentemente estamos muito orgulhosos de poder contribuir para que a ciência da paleontologia continue a obter resultados tao importantes. Por isso, dizemos que o Dino Parque diverte, ensina e investiga. É esse o nosso segredo.
Quantos visitantes foram recebidos ao longo destes anos, mesmo sabendo que vivemos uma pandemia entre 2020 e 2021?
Desde a abertura o Dino Parque já recebeu mais de 1 milhão e 350 mil visitantes, apesar de 18 meses bastante complicados durante a pandemia. Sem dúvida, um número impressionante, e que demonstra não só o entusiamo pela temática dos dinossauros, mas também como o Dino Parque se tem afirmado como um local a visitar, dado que uma percentagem já relativamente elevada já visitou mais do que uma vez desde 2018.
Deste total, cerca de 215.000 vieram de escolas, e cerca de 200.000 foram visitantes internacionais, o que comprova a relevância deste projeto mesmo em termos de turismo internacional.
Sendo a Lourinhã designada “a capital dos dinossauros”, dada a sua riqueza em vestígios jurássicos, este parque temático só podia ser na Lourinhã. Como tem sido a relação com a Câmara Municipal e outros parceiros?
A relação é de cooperação e trabalho em conjunto, sempre tendo presente o contributo que o Dino Parque tem trazido para a Lourinhã, quer na vertente de turismo, quer na vertente socioeconómica. Em termos de paleontologia não podemos deixar de destacar a importância do protocolo com o GEAL e Museu da Lourinhã. Em resultado do mesmo, o Dino Parque já entregou a esta entidade um valor superior a 350.000 euros desde 2019, sempre destinado a investimento na ciência da paleontologia.
Mais de 200 modelos à escala real
O Dino Parque é hoje um dos maiores parques naturais /museu ao ar livre do mundo dedicado à temática dos dinossauros. Para quem ainda não o conhece, vamos lá: o que é que os visitantes podem encontrar no Dino Parque?
O Dino Parque oferece diversão e conhecimento, o que designamos como o conceito de “edutainment”, sendo que em média a visita dura quatro horas, mas muitos acabam por ficar quase a totalidade do dia.
Alem de estar inserido em plena natureza, o dino parque oferece um dia perfeito em família, com 201 modelos em escala real, distribuídos por cinco trilhos de diferentes eras da história da terra, sendo um deles dedicado aos maiores monstros marinhos que já habitaram os mares do nosso planeta.
O parque tem ainda um museu, onde se podem observar réplicas e originais de fósseis de dinossauros, com cerca de 150 milhões de anos. No mesmo espaço existe um laboratório de preparação de fósseis e os nossos visitantes podem observar ao vivo a preparação de fósseis, ou seja, ciência a acontecer em momento real.
Esse é o lado educativo, mas também há entretenimento…
Claro, por isso lhe falava do conceito de “edutainment”. Além dos trilhos já referidos, o Dino Parque oferece espaços de restauração, disponibilizando ainda vastas áreas para picnic, e uma loja, onde os visitantes podem adquirir aquela recordação especial do parque. E claro várias áreas de parques infantis para os nossos visitantes mais jovens.
Mas, sem dúvida, um dos principais espaços do parque são os dedicados as atividades para os mais novos, em que podem experimentar algumas das tarefas associadas à ciência de paleontologia, que são disponibilizadas no Pavilhão de Atividades e no Paleo Camp, sendo que algumas delas são gratuitas.
Para os verdadeiros entusiastas dos dinossauros, e que pretendem saber ainda mais sobre estes animais, o Dino Parque disponibiliza visitas guiadas.
O Parque tem recebido rasgados elogios e prémios, entre eles o da Escolha do Consumidor na categoria “Espaços de Lazer e Entretenimento na Grande Lisboa”. O que significa para vocês esta distinção especial?
Um motivo de grande orgulho e satisfação pelo conceito e experiência que oferecemos aos nossos visitantes. Este premio em particular é de grande relevância porque são os nossos visitantes que nos atribuem este valor, e esse é o maior reconhecimento que podemos receber. É para eles que todos os dias trabalhamos, para que tenham uma experiência fantástica, e que levem memórias inesquecíveis desse dia de visita ao Dino Parque.
O Dino Parque tem uma característica única: é recreativo e lúdico, mas ao mesmo tempo educativo e pedagógico. São muitos os estudantes que visitam o parque integrados em turmas de escolas. O Dino Parque tem equipas preparadas para lidar com as perguntas das crianças e dos jovens?
Desde a nossa abertura, já recebemos cerca de 215.000 visitantes de escolas, de todo o país e algumas, inclusivamente, de Espanha. Temos uma equipa de preparadores e animadores especialmente dedicados a lidar com todos estes visitantes tao especiais. E gostamos de pensar que, no futuro, talvez alguns destes visitantes tão especiais, decidam enveredar pela carreira dentro da ciência da paleontologia e que essa decisão tenha sido o resultado da visita ao Dino Parque.
Como já vimos, o equipamento tem também um lado de investigação científica importante. Aliás, o Dino Parque está a apoiar a mais recente campanha de escavação paleontológica promovida pelo Museu da Lourinhã. Este lado de investigação laboratorial é uma aposta importante?
O Dino Parque tem no seu espaço de museu um laboratório de preparação de fósseis. Um investimento importante e que permite que preparadores e estagiários possam desenvolver trabalho de investigação e preparação de fósseis. Ao longo destes seis anos, foram mais de 30 os que passaram pelo nosso laboratório.
Por outro lado, e em resultado do protocolo que existe com o GEAL e museu da Lourinhã, foi já entregue, em forma de contributo, um valor superior a 350.000 euros, cujo destino é exclusivamente a investigação de fósseis, desde financiamento de escavações, a apoios diversos, nomeadamente na preparação de fósseis.
Sem dúvida, a vertente da investigação é muito importante para o Dino Parque, que não é só um espaço de diversão, é essencialmente um parque onde também se faz ciência, e onde “democratizamos” a mesma, ou seja, todos os nossos visitantes podem entender como é feita e que resultados estamos a obter, trabalhando em conjunto com várias entidades a nível nacional e internacional.
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